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"Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de
Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se
convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no
colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa
Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na
nova casa, trazia escondido na mala um livro, "O Manual do Coveiro".
Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na
neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro
anos seguintes.
E foram
estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha
era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O
gosto de rouba-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de
conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas
páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria
vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max
Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera
jamais falar.
Há outros
personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor
amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor
amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre
e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida
salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão
conhece-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer
a pena."
Alemanha nazista, uma roubadora de livros, e uma história
contada pela morte. Era tudo o que eu sabia sobre esse livro ao escolhê-lo
entre uma pilha de livros no supermercado. Só de vê-lo, eu já
sabia que derramaria muitas lágrimas em sua leitura. Imaginava que seria um
livro lindo, mas completamente triste, afinal, ninguém imagina a morte contando
um final feliz, ainda mais em uma guerra. E eu estava certa.
Logo ao começo do livro, estranhei algumas coisas na
narração. O texto meio que “parava”, para explicar alguma coisa. Isso não me
irritou como aconteceu com outras pessoas. Achei diferente, eu gostava desses
detalhes, confesso que eram até descartáveis, mas gostava. O texto contava também com muitas palavras em alemão, com
traduções logo após, claro, e eu amei esse detalhe. Peguei até um papel e ia
anotando as novas palavras alemãs que iam aparecendo, e se já queria aprender
alemão, agora quero ainda mais!
Liesel era encantadora. Gosto do fato de ela não ser
perfeitinha, gostar de briga, e claro, ser ladra. Ela era corajosa e forte,
mas também tinha todas as fraquezas e medos que uma menina de sua idade poderia
ter. E é muito agradável conviver com a roubadora de livros dos seus 9 aos 14
anos. Gosto do seu lado inocente e do seu lado mau, mas convenhamos, na época
que ela vivia roubar livros e maçãs era questão de sobrevivência, pelo menos
para ela.
Rudy
Steiner... Ah, Rudy Steiner! Eu me apeguei tanto ao Rudy, o menino de
cabelos de limão que gostava de sair pintado de carvão para correr como Jesse
Owens, o atleta americano negro que era seu ídolo. Nunca vou
esquecer de Rudy ao ouvir o nome de Owens, essa parte do livro é muito engraçada. O menino cabelo de limão também pegou gosto por roubar. Ele amava Liesel, sua companheira
de roubos, e já deu provas suficientes disso. Triste é que esse amor nunca foi
consumado.
Hans Hubberman, o pai adotivo de Liesel, é um bom homem, mas
escravo do nazismo como todos, apesar de não simpatizar muito com os ideais de
Hitler. Hans dispensou noites de sono para dar a Liesel o prazer da leitura a
ensinando a ler, se arriscou abrigando um judeu estranho em seu porão para
cumprir uma promessa, e colocou-se ainda mais em risco ao dar pão a um judeu
velho numa das caminhadas para o campo de Dachau. Herr Hubberman poderia não ser o homem mais inteligente ou rico do
mundo, mas deu a sua filha adotiva, um presente que lhe salvou a vida, as
palavras.
Eu gostava de Max, o judeu do porão da casa dos Hubberman. O que ele julgava egoísmo nada mais era que o senso de sobrevivência falando alto. Max
compartilhava os pesadelos, as palavras e as brigas com Liesel. Eles foram
grandes amigos. A vida de Max nos tempos de Hitler é triste, claro, não tinha como ser diferente.
Lógico que não vou contar o destino da roubadora de livros e
nem de seus comparsas, o que acontece antecipadamente no livro e me irrita muito. Antes do fim, a nossa narradora, a Morte, solta os finais de algumas pessoas,
antes mesmo de acontecer. Isso me frustrou sim, não gostei. Chorei quando a
morte contou o fim, e quando ela explicou como foi quando aconteceu.
Ler esse livro teve um gostinho ainda mais especial para mim, pois eu
reconheci algumas cidades citadas pelo fato de que eu já estive lá, ou passei de trem. Além disso, tenho uma grande simpatia pela Alemanha, e esse
livro é mais um relato que mostra que nem sempre os alemães foram os vilões da
história, eles sofreram, e muito.
Depois de ler a emblemática frase final, deu um aperto no peito. Terminar um livro sempre tem seu lado triste, de desapego. Mas fiquei mais triste ainda com esse livro, e já quis recomeçar a ler novamente. É um dos melhores que já li: ri e chorei muito com Liesel, e muito. Markus Zusak fez um trabalho incrível com esse livro.
Uma coisa que aprendi com o livro: Não deixe para depois,
pois o depois pode ser tarde demais.
Esse livro é definitivamente o meu favorito *-* é tão gostoso o jeito que a Morte narra, como se estivesse do seu lado, mas só não entendi a parte que ela fala das cores no céu, aquilo não faz sentido pra mim kkk.
ResponderExcluirhttp://myfavoritekiss.blogspot.com/
Pois é Luiza, confesso que também achei isso meio confuso, mas não faz o livro todo ficar complicado.
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