sábado, 27 de abril de 2013

Boletim

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Quem diz que mudanças não assustam, é um tremendo mentiroso. Sair da zona de conforto e pisar num terreno desconhecido é apavorante. Principalmente quando saímos das planícies calmas do ensino fundamental e chegamos no terreno acidentado do ensino médio, andando numa velocidade cada vez mais rápida, sem nem conseguir ver direito a paisagem.

Mas que porcaria é essa que tá no quadro? Que raio de exercício é esse? Já é assunto novo? Trabalho? Que professora filha da mãe, não liga pro trabalho que tive. Prova? Ok, tenho que passar a semana estudando. Ai meu Deus, não sei de nada. Tirei 0. Desisto.

Descobri nos últimos meses, que os últimos três anos da escola são assim. Alunos nerds na recuperação, alunos ruins ficando para trás, e três anos dedicados a estudar coisas que não te interessam e nunca serão colocadas em prática, tudo em prol de uma vaga na universidade. São três anos de desespero e loucura, mas que mesmo assim não vai te preparar para a vida ainda mais maluca que nos espera do lado de fora da escola.

Então o boletim azul piscina se transmuta num papel de notas num tom vermelho sangue. Você chora. Sua mãe se decepciona e põe a culpa na internet e esquece que já passou por isso. Você pensava que seria boa para sempre. E descobre que ser boa não é o suficiente. Tem que ser a melhor. A melhor da turma, da escola, do estado, do país. Você se acha burra e incapaz. Você chora ainda mais.

Você provavelmente ainda não sabe o que quer da vida, e se sabe, não sabe como vai chegar lá. Você se toca que seus melhores amigos vão competir com você, e que daqui para frente é cada um por si. A palavra "concorrência" faz a sua espinha gelar, e você está prestes a socar a cara de quem falar ENEM e vestibular outra vez, sendo que você só consegue pensar nisso.

Você vai passando, se arrastando, eis que você chega lá. Acabou. Saiba que esses três anos passarão rápido e você sentirá (acredite!) saudades de tudo. Chora de felicidade e tristeza por deixar esse mundo para trás. Aí sim, é que a coisa fica séria: a faculdade. 

Ou melhor, até que a gente conheça o tão temido mercado de trabalho. Porque crescer, irmão, não é fácil não.

15 comentários:

  1. Vou resumir: essa sou eu aí no seu texto.

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  2. Sei como é já passei por isso, sempre estudei em escola publica, mas no ensino médio mudei de escola "Moreira e Silva" ja ouviu falar? e la o ensino era mais puxado :/ é complicado, mas tenho certeza que você consegue tirar de letra com o tempo. Ps: tu é de que bairro de Maceió? eu sou do Feitosa.

    http://kelly-club.blogspot.com.br/

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    1. Acho que já ouvi falar, mas não sei onde é. Espero que depois eu me acostume melhor, hehe. Sou do Prado. ;)

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  3. Minha vida ai nesse texto. Adorei, sério, descreveu minha situação de terceiro ano.
    Beijos.
    www.diariociumento.com

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  4. você já sabe vstibular praq vai fzer alice???

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  5. Seu texto foi incrivelmente expressivo. Você escreve muito bem *-*

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  6. Eu tava sempre de recuperação em química, e pensava nisso de ~aff não vejo a hora de ir pra faculdade e estudar só o que eu gosto~. Daí descobri que oi, na faculdade também existem coisas inúteis e/ou que tu não gosta. Ciclo infinito da inutilidade, não tem opção. :(

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    1. Tem toda a razão! E até mesmo no trabalho, quantas vezes vamos fazer algo que nosso patrão manda mas que achamos inútil? Mas ainda acho química uma porcaria.

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  7. Eu descobri que a gente se sente assim pra sempre Alice! faz tempo q saí da escola, já terminei a facul (quer dizer, ainda estou devendo algumas dps rs) já estagiei, já trabalhei e agora estou tentando montar meu próprio negócio! tdo sempre mto assustador e com aquela pulguinha atrás da orelha perguntando se estou indo pelo caminho certo!

    passei a faculdade inteira me perguntando se era aquilo hahahaha as vezes ainda me pergunto, as vezes n... vai entender ne? =)

    mas tem sempre q seguir em frente! e se tiver feliz, mude!(ou tente né, nem sempre podemos.)

    bjss

    diversão|www.profetices.com.be
    work|www.heartclicks.com.br

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    1. Sempre cogitei fazer jornalismo, mas sempre ficava em dúvida. Entre jornalismo e moda, jornalismo e design gráfico, jornalismo e arquitetura, e agora, minha dúvida fica entre jornalismo e história. Acho que vou optar por jornalismo, mesmo que eu fique morrendo de medo do meu futuro profissional na área.

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    2. Ensino médio, ô ensino médio! Saudade...
      Mas essa saudade bate pelo fato de eu já ter enfrentado outras fases mais difíceis.
      Esse medo e desespero é eterno. Não há fim. O frio na barriga junto as perguntas do tipo "será que isso vai dar certo?" e o desespero serão só algumas de suas maiores companheiras na vida.
      O negócio é meter cara! Expulsar seus demonios no esforço em dar o seu melhor em cada fase chata dessas. Manter o que lhe faz bem e livrar-se do que lhe chateia.
      Lembro que no colégio assim pensava: "Mano (meu apelido), vais é sentir saudade dessa bagunça toda quando mais velho, então respira e enfrenta, tenho certeza que essa não é a pior que enfrentarás".

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