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Alguns pensam que de uma hora para a outra
eu me revoltei com a vida e perdi a fé. Nada a ver. Nasci e cresci em família
católica. Eu era católica. Eu vejo as freirinhas passarem para lá e para cá no
meu colégio. Já fiz catequese, fui em um retiro e orava antes de dormir. Já
acreditei talvez apenas porque todo mundo acreditava. E porque, sinceramente,
tinha medo da vida e da morte. Era mais fácil viver achando que estava protegida por alguém e achando que eu passaria a eternidade comendo nuvens de algodão doce num lugar chamado céu.
Com o tempo comecei a me questionar, e
isso já faz muito tempo. Sempre gostei muito de história, li algumas coisas e a
minha curiosidade me fez perceber que algumas coisas que me ensinaram sobre o
céu e a terra pareciam não fazer mais sentido pra mim. Eu só pensei com os meus
botões e tirei minhas próprias conclusões. Crer era mais fácil, mas eu não poderia viver dizendo acreditar em algo que para mim não parecia ser verdade. E hoje, sinceramente, não sou nem mais feliz nem mais triste do que era antes.
Religião é uma coisa complicada, e a falta
dela também é. Ontem me vi numa tempestade em copo d’água. Gente querendo me
mudar. Gente se achando ofendida com a meus pensamentos. Gente que acha que eu
devo fingir. Gente que se esquece de que o estado é neutro (pelo menos na
teoria). Gente que acha que eu me desviei. Gente que não respeita minha opinião
própria. E gente que me acha uma aberração.
Estou cansada dessa conversa. Acho que
religião se discute sim, mas com gente civilizada. Gente que além de falar,
sabe escutar e gente que sabe perdoar quando a gente fala demais. Gente que respeita o diferente, que discorda,
mas que aceita a gente. Do jeito que a gente é: só um bando de humanos que procuram alguma explicação para essa loucura toda chamada vida.
Resumiu minha vida inteira num post.
ResponderExcluiramulherqueeugostariadeser.blogspot.com
Fico feliz que tenha se identificado com o texto, mas fico triste em saber que você passa o que eu estou passando.
ExcluirSempre vai existir gente que se importa mais com os outros do que com a própria fé. Cara, se cada um apenas seguisse o que acredita e deixasse de apontar o dedo pros outros só por que fulano ou sicrano não vê as coisas da mesma maneira o mundo seria outro! Sou espírita, mas pera... Cada um é o que bem entender não é? Faça-me o favor sociedade, acredita quem quiser. ;) Adorei o post
ResponderExcluirisabelefarias.blogspot.combr
Exatamente. Como disse, as vezes a gente fala demais, mas acho que do mesmo modo que eles se sentem ofendidos quando falamos que não acreditamos, por acaso eu deveria me sentir ofendida a cada vez que eu vejo um "Deus é fiel"? Acho que não. Pois bem, eu consigo imaginar o preconceito que os espíritas sofrem, apenas por serem minoria e, infelizmente, a maioria sempre vai querer mudar a minoria.
ExcluirAdorei o texto! Sou católica e me crismei esse ano. Todas as minhas catequistas, em especial a última, julgavam tudo e todos que falavam um 'A' contra o que nos era ensinado. Uma vez alguém falou que lia horóscopo, outra que em certos casos era a favor do aborto, e ambas foram praticamente crucificadas. Por isso que eu digo que creio em Deus, mas não nas pessoas. Não sei qual a dificuldade de algumas pessoas em simplesmente aceitar que nem todos pensam igual, e que cada um acredita no quiser, inclusive os que julgam. Afinal, por mais que eu vá na Igreja, tenho uma relação super normal com a minha irmã, que não acredita no mesmo que eu, e tá tudo certo, sem julgamentos. Porque, na verdade, é como você disse: só queremos encontrar um sentido pra todo esse caos em que vivemos :)
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado do texto, Luana! Sabe, a minha opinião sobre religião é que eu acho que cada um deve ter o direito de praticar sua fé ou não, mas que sua religião não interfira em assuntos que dizem respeito à todos, como decisões políticas. Do resto, não tô nem aí para que santo a pessoa reza, se ela for boa pra mim, o resto não importa.
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