sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Nem crush nem quase

guitar, converse, and music image

Te escolhi só para ocupar a minha mente, me deixar ocupada. Divertiria-me um pouco com uma paixonite daquelas bem cafonas, tão clichês quanto um filme de sessão da tarde e só. Só porque a vida estava parada. Deveria ser fácil. Ainda bem que a internet sabe guardar segredo. Ele não vai te contar quantas vezes estive a sua procura dentro desse mundo paralelo. Ei, encontrei. Não que seja grande coisa, só o suficiente para deixar o gostinho de quero mais. E quero mesmo. Muito mais

Eu gosto do fato de só te conhecer de perfil, cara e imaginação. Poderia até te pedir para parar de cruzar o meu caminho, mas eu gosto. Na escola, na padaria, na rua. Gosto de pensar que tu estás me perseguindo, ou que tudo é armação do destino. Gosto de te olhar discretamente o suficiente para tu não notar. Gosto de não ter amigos em comum nem nada que me ligue a ti, isso sempre estragara brincadeira. Gosto de brincar.

Posso te fazer do jeito que eu sempre quis, porque, até onde eu sei, tu és tudo o que eu sempre quis.
Certamente, tu não és perfeito. Porém, imagino que tu tens os defeitos certos para ser perfeito pra mim. São os óculos que tu tens que usar pra consertar a miopia, é a ida religiosa aos estádios no Domingo com os amigos, é a pouca altura e os poucos músculos, é a pouca idade, é o ego inflado. É o que eu quero em ti. Todo para mim.

Da mesma forma, quero que me toques como tu tocas tua guitarra e teu violão. Quero que sussurres ao meu ouvido as mesmas melodias que tu cantas. A música que escuto agora foi tu que escolheste, especialmente pra mim, sem ao menos saber. Prestei atenção no som que sai do dedilhar dos teus dedos nas cordas. Enfim um gosto musical de respeito.  

É tudo tão engraçado nessa vida. Te elegi do nada, para ser meu tudo, só de brincadeira. Despretensiosamente, sem querer, eu te quero. De longe, sem chegar perto, planejando o futuro que nunca iremos ter e escrevendo coisas para tu nunca ler.

Eis o grande problema. Todas os meus quase amores começaram assim: escrevendo textos para nunca serem lidos sobre futuros que nunca iríamos viver.

Beijei todos. 

No fim, descobri que nenhum merecia sair do quase.

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