terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Procissão solitária do pecado bom

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Estou sozinha, no meio do mundo, perdida. Me banhei de glitter, despi-me de mim para ser qualquer coisa. Para ser ninguém. De ninguém. Não existirei por quatro dias. Me camuflei de confete e serpentina, meu disfarce é fantasia. Quero ver alguém dizer que sou menina. Por hoje sou mulher. Hoje sou quem eu quiser.

É uma procissão do pecado bom, gente beijando quem tá do lado, é gente saindo da rua pra ir prum quarto, é gente saindo do armário, é gente que tá aqui para não ser lembrado. Fantástico. É felicidade sem motivo, tudo transborda, é excedido. É lindo. É o bom gosto ignorado, os bons costumes também. É todo mundo que se pertence, nesse mar de gente. Parece atraente. Mas não é raro ver maldade, embora ninguém dê a mínima pra realidade. 

E bebida entra, sai a verdade. 

Beat beat beat, mais beats entre as beats. I wanna lose my senses. Azul da cor do céu. Oh céus. O que tô fazendo aqui? Me cerco de conhecidos que chamo de amigos e de amigos que ainda nem conheci. Peço uma água. Reclamo a Alalaô que tá calor. Me jogo no mar. Ainda estou perdida, nem sei se quero me encontrar. Ainda estou sozinha, alguém aqui quer me amar? 

Quero amor de qualquer forma, quero logo e sem demora, alguém que me faça querer ir embora em busca de um lugar a sós, só pra nós. Quero que me ame o ano inteiro, sem descanso de janeiro a janeiro, sem horário de almoço, sem siesta, sem hora para acabar a nossa festa. Quero uma prosa rimada e brega, alguém que alimente meus vícios de poeta ruim. Quero me enrolar contigo num lençol de cetim, quero que você seja a coisa mais linda que já vi. 

Quero te encontrar por aqui. Te procuro debaixo das máscaras e rezo até pra os santos que não tenho fé pra te ver por aí. Engraçado é perceber, que no fim do que deveria ser uma história de carnaval qualquer, estou falando de quem não deveria falar. De quem, de alguma forma, transformou ninguém em alguém e nesse alguém, já pôs nome e sobrenome sem querer nem porquê. De quem tenta fugir dos próprios sentimentos escrevendo sobre quem nem existe e nem isso consegue fazer. Por hoje, não consegui fugir de mim.

E mais uma vez, tudo deu errado. Continuo sozinha, perdida. Já não brilho mais. Não consegui me disfarçar de mim mesma, não consegui ser só ninguém. Sou menina. Não consegui deixar de ser eu. Fracasso. Lembro de tudo. Até do que não aconteceu, do que ficou só na minha cabeça, do que deveria ter saído de lá.

Cadê você? Não apareceste. Disso, não queria lembrar. Devia ter me procurado, já que meu orgulho não me deixou te chamar. Devia ter insistido em mim, ter rezado para os mesmos santos que eu rezei. Devia ter tentado, e não desistido de mim. Ei, não desiste. Vai que eu tenho jeito?

Quer saber? Deixa pra lá. Me esquece.

Já é quarta, e tudo o que quero é que sua lembrança faça que nem ela. Vire cinzas.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

6 on 6: (2/15)


Quem já se viu postar o 6 on 6 no dia 15? Ai que vergonha. Tive meus motivos. É que aqui em casa, tenho que esperar todos saírem para começar a fotografar, o que é bem difícil. Para acabar de completar, hoje, quando consegui clicar, tudo saiu errado. Ou seja... fotos péssimas. As que consegui salvar para colocar aqui no post até que dão pro gasto, mas definitivamente não estou satisfeita. 

O legal é que mesmo com os cliques que não deram certo a gente pode aprender um monte e sinto que isso está acontecendo comigo. Estou começando a prestar atenção em várias coisas que eu nem ligava muito antes. Ainda não tá dando muito resultado, mas é errando que se aprende e eu ainda vou me tornar uma fotógrafa razoável daqui pro fim da vida haha.


Bom, vamos ao tema do 6 on 6: cores! Confesso que no início fiquei bem perdida até uma luzinha aparecer em cima da minha cabeça. É claro que escolhi vermelho, minha cor favorita. Cor do pecado, da paixão, do sangue. A ideia foi tentar fazer fotos legais com o que eu tinha de vermelho aqui em casa. O problema mesmo foi o cenário. O chão não realçava a cor do sapato, a luz não estava lá essas coisas, a única parede branca aproveitável ficava num corredor apertado... Argh!


Batom vermelho é clássico, não dava para não usar né? Eu amo. Até pra praia vou de batom vermelho quando me dá aloka. Sou clichê, mas meu preferido continua sendo o Ruby Woo, o dito cujo que aparece na foto. Êta batom maravilhoso! Gosto tanto que tenho um genérico do Boticário beeem parecido que uso só para não gastar o original, haha. Esse aí, só pra ocasiões especiais. Coi de pobre? Sim, e daí? Hm.



Ladys and gentleman, welcome to the Moulin Rouge! É estanho, mas sempre fui fascinada nesse filme mesmo sem nunca tê-lo assistido. Para terem uma ideia, passei o fim da minha infância e pré-adolescência inteirinha sonhando com o momento em que eu dançaria Lady Marmalade na minha festa de 15 anos. Ensaiava e tudo. Na verdade, depois eu entendi que o que me me atraía não era o filme em si, mas todo esse cenário de cabaré, vermelho, espartilhos e cintas-ligas. Sempre achei tudo isso tão lindo, sabe-se lá o porquê. Recentemente, comprei o blu-ray, assisti e amei. Ah, e sobre a minha festa bombástica de 15 anos... não rolou. E quer saber? Não sinto a menor falta. Fiz coisas bem mais interessantes do que isso e ainda pude comemorar com a família e amigos aqui em casa.


Fotografei com o álbum da Taylor por motivos óbvios. Não dava para fazer uma sessão de fotos com o tema vermelho sem um cliquezinho com ele, que se chama Red e é ótimo. A propósito, tô até um pouco parecida com ela, não? ~iludida~


 Não sei o porquê, mas apesar da minha camisa keep calm direto de London, me senti meio pasisiense nessas fotos. Foi aí que lembrei do livro de Ines de La Fressange, A Parisiense, e fotografei com ele porque sim. É vermelho e lindo, quer mais motivos?




6 on 6 é um projeto em que 6 blogueiras postam 6 fotos no dia 6 de cada mês durante 12 meses. 

Legal né? Vejam as fotos das outras blogueiras:

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