sábado, 27 de dezembro de 2014

Previ

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Já estou com vergonha do teor das palavras seguintes. Está ficando chato. Eu estou chata. E o mundo também, na verdade. Não nas mesmas proporções, é claro. Tenho más notícias, um coração apertado e péssimas previsões. Espero ser uma vidente medíocre.

Será difícil. O pior de todos. E não me toque, não assopre, não abra a boca. Estou frágil, cuidado. Sou um vidro lascado tentando não quebrar. Já quebrei diversas vezes mas consegui juntar meus caquinhos. Estou inteira. Quebrarei. Uma, duas ou três vezes mais. Ou mais. Estou preparada, eu acho. De alguma forma, vou ter que me consertar.

Contraditoriamente, estou mais forte. Então talvez eu seja um diamante. Diamantes são duros mas quebram fácil. Gostei disso, essa sou eu. Sou um diamante. Sou qualquer coisa que sirva para uma metáfora. Perco um amigo, mas não perco a piada.

E que piada. Se eu tivesse de apresentar minha vida numa peça de teatro, seria uma tragicomédia daquelas que se ri para não chorar. Depois chora mesmo porque não deu para manter o riso. E ri e chora tudo de uma vez só. Chora de felicidade e ri de tristeza. Acontece.

Se bem que, do jeito que os meus olhos estão mais úmidos que o aceitável, talvez eu seja uma personagem do Nicholas Sparks sem câncer. Câncer não, por favor. Já chega de falar essa palavra maldita. Não sou um livro do Nicholas Sparks. Talvez eu seja, no máximo, uma protagonista da Paula Pimenta. Quer dizer... Desisto, não sou livro algum.

Sou alguém que enche um copo de lágrimas e lá faz uma tempestade. Sou eu passando por um momento ruim, esperando chumbo grosso pela frente. Estou naquela fase do jogo tão difícil que você acha impossível de passar. Aí você passa. Depois vem coisa pior, mas você já aprendeu a jogar. Aí perde de novo. É sempre assim né? Deve ser.

Espero ser tão ruim em prever o futuro quanto eu sou com metáforas. Espero errar feio. Céus, tenho que me preparar para o pior. A tempestade está vindo e eu tenho que estar pronta, ainda que ela seja só no meu copo d'água.

Algo bom eu já posso tirar disso tudo. Meu otimismo me falou que nem tudo está perdido. Não coloquei expectativas, assim é mais fácil. Posso me surpreender. Afinal, pior do que está, não fica.

O pior é que fica.

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