sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

1/52 Álbuns: Para começos e recomeços

Lá no finzinho do finado ano de 2014, listei algumas metas como de costume, entre elas, ver um filme por semana. Não deu certo. Então, lendo o Borboletando, fui apresentada ao desafio 52 álbuns para ouvir em 2015. Achei a ideia genial, além do mais, seria algo muito mais fácil para mim do que ver um filme por semana.  Portanto, toda semana prometo estar por aqui falando de música. Assim espero.

Foi um desafio que caiu como uma luva para mim, amante de música e futura violeira, que ultimamente não ouvia nada mais que Beyoncé e Taylor Swift por puro vício. A ideia é desapegar um pouco das músicas queridinhas e experimentar coisa nova, tirar algumas músicas do fundo do baú e de vez em quando falar dos nossos discos favoritos também. Nunca resenhei música ou coisa do tipo, nem sei por onde começar. Tá aí mais um motivo para aceitar o desafio.

Ah, mas não é uma coisa aleatória não, cada semana tem um tema interessante. O dessa semana é: Para embalar começos e recomeços. Difícil, heim?

Demorei um tempão pensando em algum álbum. Não me vinha nada legal na cabeça, juro! Decidi falar de Pitanga da Mallu Magalhães por causa de Velha e Louca, mas ao ouvir o disco, não lembrei muito de começos e recomeços não. No entanto, sabe que eu até gostei? Quem sabe depois eu não fale dele por aqui?


Porém, ainda não tinha nenhum álbum para recomeçar ou começar coisa alguma. Eis que lembro de Setevidas (2014) da Pitty. Meio óbvio, talvez, mas perfeito para o tema. Pois, para quem não sabe, Pitty não lançava música nova há quatro anos até então, exceto pelo seu projeto paralelo chamado Agridoce. Ela recomeçou da melhor forma possível, com mais disco inédito, o quarto da banda, e talvez o meu favorito. 

Além disso, o disco tem toda essa temática de morte e ressurreição, começo e recomeço, como o próprio nome sugere. Com o perdão da palavra, sempre gostei da Pitty mas nesse álbum ela está muito foda. Em todos os sentidos. Mais madura, mais mulherão. Voltou mais linda e goxtosa do que nunca, diga-se de passagem. E as composições... putz. Desculpem, mas tenho um amor platônico por essa mulher.

Ouvi Pitty dizer em algum lugar que a intenção era fazer um som com jeitão de garagem e elegante ao mesmo tempo. Posso te falar que os meus ouvidos leigos conseguem escutar uma perfeita garagem chique dali. Sobre as letras, algo que me chamou a atenção é que são usadas inúmeras ótimas metáforas em quase todas as músicas. A massa por exemplo, é uma metáfora em forma de música.Talvez seja algo costumeiro dos outros trabalho dela, mas só me chamou atenção agora.


Logo de cara, com Pouco a gente já percebe a vibe melancólica do álbum e assim é na maior parte das faixas, falando muito de vida e morte, alma e tudo mais. O ápice vem com Lado de lá, a mais sentimental e mórbida de todo o álbum, ainda assim, linda. Ela se refere ao suicídio de um amigo dela. "Pra quê essa pressa de embarcar/ Na jangada que leva pro lado de lá?"


Uma das minhas músicas favoritas é Pequena Morte, toda trabalhada na sensualidade, quebrando a tristeza, sexy sem ser vulgar. No entanto, para quem não sabe o que é a tal pequena morte, a coisa pode ficar meio perdida. Pequena morte é uma tradução literal da expressão francesa 'petit mort', que é uma metáfora para o orgasmo. É sobre isso que ela fala o tempo todo, amigos.


Boca Aberta também entra para a lista das favoritas. Assim como A Massa, fala de pessoas vazias, dessa vez sem usar tantas metáforas. Eu adoro porque ela retrata algo de que eu sempre falei, todos têm um grande vazio em busca de algo para preencher. Alguns, mais que outros. "Êta, alma - buraco sem fundo / Que se vive tentando preencher."



Já chegando na penúltima música, Setevidas, música homônima ao álbum, foi o primeiro single que marcou a volta de Pitty. Seguindo a metáfora de que gatos tem sete vidas, nos poderíamos cair e levantar vária vezes, sempre mudando, sendo várias pessoas numa só. Porque é assim que a vida é, não é verdade? Na época foi reconfortante ver o clipe e perceber que a velha Pitty estava de volta, pensei que nunca mais ela voltaria à ativa.

"Agora que eu voltei/ Quero ver me aguentaaaar." Pitty mandando recado prazinimiga. #SeCuidaAnitta. Brincadeirinha, pessoal.



E para fechar com chave de ouro, Serpente. A música que define o álbum e, contraditoriamente, é a mais diferente dele. Ela tem uns coros, mantras, influências da música baiana, uma pegada mais zen. Não sei porque, mas me faz lembrar da Pitty de Agridoce. Sem dúvidas, a melhor do disco. 

Setevidas é pra colocar no repeat enquanto junta os caquinhos de 2014 para um belo recomeço em 2015.

Chega dessa pele, é hora de trocar.

Ficha Técnica:
Setevidas (2014) 
Melhor música: “Serpente”
Pior música (ou a menos menos boa): “Um Leão”
Não deixe de ouvir: “Setevidas”, “Pequena Morte”, "Boca Aberta" e "Lado de Lá".
Por que você deveria ouvir?: Pitty é a salvação do rock brasileiro, ainda que alguns achem que ela passa longe disso. Se você não gosta da Pitty antiga (louco), experimente a nova, mais madura e chique, não deixando de lado o seu som de garagem, tudo isso com letras incríveis. Não achou suficiente? Tô viciada nele e é o meu favorito dela até agora. Beijos!

E o tema da semana que vem é... O álbum favorito do seu melhor amigo. Me ferrei.


2 comentários:

  1. Olá!!
    Cara eu adoro a Pitty ♥ adorei esse álbum ^^
    Abraços!!
    http://enjoythelittllethingss.blogspot.com.br/

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  2. Adoreiiii, adoro a pitty <3
    beijos

    eaiguriablog.blogspot.com

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